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segunda-feira, 15 de julho de 2013

A vida plena nas aflições


Vivemos tempos onde somos diuturnamente tentados a trocarmos a essência do verdadeiro Evangelho pela artificialidade das mensagens que nos são convidativas.

Prega-se o fim do sofrimento em detrimento do sofrimento por Cristo; o antropocentrismo em detrimento do cristocentrismo; o triunfalismo em detrimento da simplicidade de Cristo Jesus. Mas, somos convidados, mesmo em tempos difíceis,
prezado professor, a não perdermos de vista a simplicidade e o equilíbrio do Evangelho. Por isso, tende bom ânimo! Porque Ele, Jesus Cristo, venceu o mundo!

I. VIVENDO AS AFLIÇÕES DA VIDA

1. As aflições de Paulo.

Depois de Jesus, uma das pessoas mais experimentadas no sofrimento por amor a Deus certamente foi Paulo. O Meigo Nazareno revelara a Ananias a dolorosa experiência paulina: “E eu lhe mostrarei quanto deve padecer pelo meu nome” (At 9.16). Ao longo do Novo Testamento, o apóstolo dos gentios é provado de várias formas (2 Co 11.23-33). O homem que perseguia os cristãos se torna perseguido; aquele que os afligia, é afligido; o que consentia na morte dos outros, tem a sua consentida. Por isso, o Senhor disse a Paulo que duro seria “recalcitrar contra os aguilhões” (At 9.5).

2. Deixado por seus filhos na fé.

“Bem sabes isto: que os que estão na Ásia todos se afastaram de mim; entre os quais foram Fígelo e Hermógenes” (2 Tm 1.15). Após uma prática intensa de implantação de igrejas locais — discipulado, formação de liderança nativa e defesa do Evangelho —, comunidades inteiras foram atendidas pelo trabalho de um verdadeiro apostolado. Não obstante, Paulo sente-se abandonado por seus irmãos de caminhada. Prisioneiro de Roma, é inimaginável a tristeza do apóstolo nesse momento de solidão (2 Tm 4.9-11).

3. A tristeza do apóstolo.

O apóstolo dos gentios sente a dor do desamparo, da traição e da perda quando pede a Timóteo: “Procura vir ter comigo depressa. Porque Demas me desamparou amando o presente século [...] Só Lucas está comigo” (2 Tm 4.9,11). O quadro da vida de Paulo mostra-nos como podemos ser vítimas do desamparo, da traição e do abandono na caminhada cristã. Esse fato não acontece apenas com pessoas não crentes. Aconteceu com Paulo! Pode acontecer com você também! Mas, onde está a sua esperança? Em quem ela se fundamenta? As respostas a essas perguntas podem, ou não, mudar o caminho de sua vida cristã (Mt 7.14; 2 Tm 2.4).

II. CONTENTANDO-SE EM CRISTO

1. Apesar da necessidade não satisfeita.

 A prisão gélida onde Paulo foi encerrado expressa o estado da completa falta de dignidade humana em que ele encontrava-se. Apesar de receber apoio das igrejas locais, nem sempre o apóstolo dos gentios teve suas necessidades satisfeitas. Por isso, dizia ele estar escrevendo em meio a muitos sofrimentos, angústias e com muitas lágrimas (2 Co 2.4).
A experiência paulina desafia-nos a viver um Evangelho que não prioriza a ilusão de uma vida de “mar de rosas”. Antes, desafia-nos a viver a realidade dos “espinhos” e “abrolhos” que não poucas vezes “ferem-nos a carne”. Todavia, a graça de Cristo é-nos suficiente para que, mesmo não tendo as necessidades satisfeitas, o nosso coração se acalme e venhamos a nos deleitarmos em Deus (2 Co 12.9).

2. Livre da opressão da necessidade.

Embora preso e necessitado, o apóstolo envia uma carta aos filipenses, demonstrando o regozijo do Senhor em seu coração ao saber que os crentes daquela localidade lembravam-se dele (Fp 4.10). Esse fato denota a maturidade do apóstolo em Cristo mesmo no sofrimento do cativeiro (v.11). Como Paulo, devemos regozijar-nos no Senhor em meio às aflições e aos sofrimentos da vida. Isso é ser maduro e livre da opressão da necessidade! Embora esta nos assole o coração, ainda assim esperamos em Deus e alegramo-nos nEle, que é a nossa esperança (Sl 11.1; 35.9; 42.11).

3. Contente e fundamentado em Cristo.

 O apóstolo dos gentios agradece aos filipenses pelas ofertas e generosidade praticadas em seu favor (Fp 4.14). No entanto, embora carente, a alegria do apóstolo pela oferta recebida não demonstra o desespero de alguém necessitado por dinheiro, antes, evidencia a suficiência de Cristo representada através do socorro da igreja de Filipos (4.18). Outro destaque nesse episódio é o regozijo de Paulo pela maturidade cristã dos filipenses. Ele atestara que, a seu exemplo, essa igreja encontrava-se edificada em Cristo (1.3-6). A alegria de Paulo não estava na oferta recebida, mas no contentamento que desfrutava em Cristo Jesus, nos momentos de aflições, e em ver a disposição da igreja filipense.

III. AMADURECENDO PELA SUFICIÊNCIA DE CRISTO

 1. Através das experiências.

“Sei estar abatido e sei também ter abundância; em toda a maneira e em todas as coisas, estou instruído, tanto a ter fartura como a ter fome, tanto a ter abundância como a padecer necessidade” (Fp 4.12). Em Romanos 5.3-5 o apóstolo Paulo descreve o processo da maturidade cristã que o Senhor espera de seus servos: a tribulação produz a paciência; a paciência, a experiência; a experiência, a esperança; a esperança, a certeza.
A vida de Paulo nos ensina que a provação na vida do servo de Deus forjará uma pessoa melhor, mais crente em Jesus e fiel a Deus. O sofrimento faz-nos constatar o quanto dependemos do Senhor (Sl 118.8,9). Nada melhor do que crescermos em Deus, e diante dos homens, com as nossas próprias experiências!

2. Não pela autossuficiência.

Passar pelas experiências angustiosas da vida só revela o quanto somos dependentes do Altíssimo. Se não fosse por obra e graça de Deus não desfrutaríamos a sua doce presença. Como explicar a solidez da fé de uma mãe que perdeu seu filho; da esposa que, de forma trágica, viu a vida do seu cônjuge se esvair; do pai de família que, da noite para o dia, veio a perder todos os bens materiais; mas, ao mesmo tempo, podem dizer: O Senhor o deu e o tomou; bendito seja o nome do Senhor! (Jó 1.21).

Muitos outros exemplos podem ser lembrados, mas nessa oportunidade, destacamos o quanto somos finitos, limitados e insuficientes na hora da aflição da vida. Há, porém, um lugar de abrigo nos dias de tribulação: o esconderijo do Altíssimo. Pelo qual, podemos dizer: “Ele é o meu Deus, o meu refúgio, a minha fortaleza, e nele confiarei” (Sl 91.2).

3. Tudo posso naquele que me fortalece.

 Essa expressão revela o contentamento de Paulo e a sua verdadeira fonte: Jesus Cristo. Infelizmente, a expressão paulina tem sido mal interpretada. O texto não mostra nada além da maturidade que o apóstolo adquiriu. Após, e durante todo o sofrimento por amor a Cristo, o apóstolo pôde regozijar-se, não pela autossuficiência, mas pela confiança em Cristo, nosso Senhor. Diante de toda a provação e sofrimento, o Pai Celestial pode nos dar a sua graça para suportar as aflições do mundo. Pois, verdadeiramente podemos dizer: “Posso todas as coisas naquele que me fortalece” (Fp 4.13).

CONCLUSÃO

Querido irmão e prezada irmã, jamais foi nossa intenção  desenhar para você um quadro ilusório da vida, dizendo: “Você não mais sofrerá, nem ficará doente ou muito menos morrerá”. Não! Tais falácias não são promessas bíblicas. Jesus nunca usou desses subterfúgios para lidar com os problemas existenciais dos seus discípulos. Nós, segundo o seu exemplo, temos a obrigação de dizer ao povo de Deus que no mundo teremos aflições (Jo 16.33). Mas Ele venceu o mundo e, por isso, devemos ter bom ânimo. É perfeitamente possível desfrutar a paz do Senhor no momento de provação e sofrimento. Por isso, tenha a paz em Deus, que excede todo entendimento, e bom ânimo em Cristo! Ele está conosco todos os dias até a consumação dos séculos (Mt 28.20). Amém!

Fonte: Lições Bíblicas, Jovens e Adultos - CPAD

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